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Rua da Quintinha

Revejo dentro de mim…

cantos que já não existem.

Casas que não existem…

mesmo assim reconheço todos e cada recanto

Onde fui feliz…

onde fui magoado na minha alma

Essas casas estão tão vivas como eu…

apesar de já não existirem…

permanecerão intactas enquanto…

a recordação delas me açoitar.

Permanecem em pé… na minha memória.

Tão vivas como quem nelas habitava

Quem tratava de mim…

quem me amava…

por vezes de maneira muito estranha.

Como os amei!

Ainda hoje os amo…

sempre que uso o “álbum“ de recordações da minha memória.

Onde nada acaba, nada termina…

por vezes parece que nada começou e nada terminou…

nem o círculo se completou.

Apesar de o mundo ser redondo…

criamos as vidas em paralelas…

que prosseguem longas.

Caminhos que nunca se tocam…

aproximam-se mas não se tocam.

Alguns cruzam-se e ao cruzar constroem histórias de amor.

No fim… tudo estará como antes.

Todos estarão como antes.

Todos estaremos uns com os outros…

enquanto a nossa memória não os for roubada!


Luis Fernando Graça

14.11.17




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